Se fossemos capazes de amar com
aquela qualidade de amor vivida e difundida pelo Cristo e por outros grandes
líderes religiosos, a ética seria em certo sentido, desnecessária.
O amor é um sentimento, um
impulso que não depende da vontade ou decisão, uma disposição enigmática que
brota da alma e que nos predispõe a fazer o bem, as vezes até com sacrifício
próprio e simplesmente não se pode explicar as “razões”.
Na ausência dessa força
misteriosa – não se sabe ao certo sua natureza – que nos leva a desejar o
bem do outro da forma mais altruísta possível, só resta ao
mundo uma saída: A Ética!
Esse saber prático que
estabelece regras, normas de conduta e procedimento social é a única
saída para o momento no qual vivemos.
Sem essa atmosfera de
acolhimento, sem essa disposição de respeito, a coexistência se tornará
insuportável e em pouco tempo impraticável, numa guerra de todos contra todos.
A ética portanto, surge como
uma necessidade racional, um esforço da inteligencia humana, para
estabelecer princípios de convivência que independam de eu amar ou não amar meu
semelhante.
Sendo mais claro: se quero bem às
pessoas que estão comigo em um ambiente, evito fumar para não causar mal estar.
Não há necessidade de regra alguma, de nenhuma lei que me obrigue a fazer isso
e faço na mais perfeita liberalidade e gratuidade.
Mas se não tenho qualquer
sentimento de afeto, necessito de disposições éticas para que respeite o bem estar
do outro, independente de conhecer, amar ou não.
Com certeza, a regra áurea, o
mais excelente preceito ético, é justamente aquele proposto na Escritura: “Faça
com o outro, o que você gostaria que fizessem a você, e não faça com as pessoas
o que você não gostaria que fizessem com você”.
Gosta de compreensão? Compreenda.
Desejaria perdão ao cometer erros? Perdoe. Generosidade em suas
necessidades? Seja generoso. Quer atenção, consideração? Seja atento aos
outros, considere os que estão ao seu redor.
É a chamada regra fundamental,
presente em praticamente todos os sistemas religiosos.
Na Fé Judaica:
“O que é odioso para ti, não o
faças ao próximo. Esta é toda lei, o resto é comentário” Shabbat 31ª
Talmude.
No Confucionismo:
“Não façais aos outros aquilo que
não quereis que vos façam”
Na Fé Islâmica:
“Nenhum de nós é um crente até
que deseje a seu irmão aquilo que deseja para si mesmo” Sunnah.
No Budismo:
“Não atormentes o próximo com o
que te aflige” Udana Varga 5:18
No Hinduismo:
“Esta é a suma do dever: não
faças aos outros aquilo que se a ti for feito, te causará dor” – Mahabharata (5:15:17)
“Portanto, tudo o que vós quereis
que os homens vos façam, fazei também vós a eles, porque esta é a lei e os
profetas” (Mateus capítulo 7, verso 12).
Simples assim...
Darckson Lira.
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